quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Apartamentos em Águas Claras chegam a superar em R$ 10 mil os do Guará

Apartamentos em Águas Claras chegam a superar em R$ 10 mil os do Guará

Publicação: 16/02/2011 07:56 Atualização:
Os apartamentos em Águas Claras estão mais valorizados. De acordo com levantamento do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi), os imóveis de dois quartos superam os do Guará, A diferença média entre eles é de R$ 10 mil. Enquanto isso, os demais preços no mercado de vendas estão praticamente estáveis, desde novembro. As opções mais caras no Distrito Federal continuam no Plano Piloto, nas asas Sul e Norte, onde imóveis residenciais de três quartos valem, em média, R$ 850 mil. A segunda área mais encarecida, nesta categoria, é o Guará, embora a média das ofertas não ultrapasse a metade desse preço. 

As imobiliárias sustentam que essa discrepância entre os dois valores é justificada pela oferta reduzida de imóveis no centro da capital federal e pela alta procura. A disputa de preços mais equilibrada, portanto, fica a cargo das regiões administrativas mais próximas do Plano, como Águas Claras, Cruzeiro, Guará e Sobradinho. O professor de planejamento urbano Benny Schzasberg, da Universidade de Brasília, acredita que o crescimento dessas áreas e a proximidade entre algumas delas podem levar ao nivelamento dos preços. 

Na opinião dele, Águas Claras e Guará, que hoje se alternam no quesito valorização, podem ser as primeiras a chegar a esse equilíbrio. “Águas Claras ganhou muito com o metrô e com a proximidade de Taguatinga, que tem o comércio estruturado. Enquanto isso, o Guará, mais antigo, tem a oferta de serviços consolidada. Ainda que, de um lado, os prédios novos ofereçam mais modernidade, os padrões são semelhantes e os preços devem se equiparar em algum momento.”

Mas o diretor da imobiliária Mgarzon, Fabrício Garzon, acredita que a venda de apartamentos em Águas Claras deve seguir uma valorização diferenciada. “Os projetos têm mais liberdade para  trabalhar as áreas comuns. Por isso, tenho visto à disposição dos consumidores produtos melhores, mais arrojados, com arquitetura mais moderna. Além disso, os problemas de infraestrutura e o de trânsito da EPTG estão sendo resolvidos aos poucos, o que torna a oferta mais atraente.”

Casa própriaEnquanto os preços de terrenos e dos imóveis têm constantes alterações, o sonho da casa própria dos brasilienses tem perfil delineado. Apartamentos de três e dois dormitórios são preferidos por 23% e 20% dos pretendentes, respectivamente. A disponibilidade real para venda segue padrão parecido, embora as casas estejam no topo da lista. Elas ocupam 26% do total de propriedades postas à venda, seguidas pelos apartamentos de três quartos, 25%; dois quartos, 21%; quatro quartos, 12%; e um quarto, 8%. 

Na hora de alugar, o perfil muda. Quitinetes e outros apartamentos pequenos são os mais desejados, refletindo o maior dinamismo desses imóveis. De acordo com o Sindicato da Habitação, esses inquilinos, na maioria das vezes, planejam permanecer por pouco tempo. Nem por isso, os famosos quarto e sala são baratos. O preço do metro quadrado vai de R$ 30 a R$ 36, ou seja, os aluguéis vão de R$ 750 a R$ 1.800. Na Asa Sul os preços tendem a ser superiores aos que são cobrados no Sudoeste e na Asa Norte. 

A oferta para locações também é distinta. Dos mais de 3,7 mil na categoria de residenciais vagos, 36% são quitinetes; 16% são apartamentos de dois quartos; 15% têm três quartos; 12%, quatro quartos; e 6%, um quarto.

Distante dos lucros obtidos pela valorização dos imóveis, cerca de 360 mil pessoas estão inscritas na fila de espera por um terreno no DF, contando com a sorte e com os programas do governo. Esse número equivale a 15% da população do DF. Nos últimos quatro anos, apenas 5.188 inscritos na fila da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF foram beneficiados. Se esse ritmo for mantido, serão necessários 277 anos para zerar a lista — isso ignorando as novas inscrições. De acordo com o Ministério das Cidades, o deficit habitacional do DF é de 105.296 moradias. Esse número coloca o DF no sexto lugar do ranking das cidades mais carentes de habitação. Para calcular o índice, os técnicos incluem a coabitação familiar — que se caracteriza pela convivência de várias famílias na mesma moradia por falta de opção; o comprometimento de mais de 30% da renda mensal familiar com aluguel, no caso daquelas que ganham até três salários mínimos; e o adensamento excessivo dos domicílios.


Cadastro positivoO cadastro positivo é o oposto dos cadastros existentes hoje: em vez de listar os clientes que não pagaram pontualmente suas dívidas, listaria aqueles que cumpriram seus compromissos em dia. O PL foi vetado pelo ex-presidente Lula em 31 de dezembro. O Ministério da Justiça pretende promover um amplo debate para a elaboração de um novo projeto sobre o tema, a ser encaminhado futuramente ao Congresso.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Investir em imóvel é lucro garantido

Investir em imóvel é lucro garantido


Redação - Correio Braziliense

Um apartamento de três quartos com 100 metros quadrados avaliado em R$ 160 mil em 2000 agora vale R$ 950 mil
 
Adrian Carvalho investe em imóveis: quadro de economia estável e juros baixos favorecem financiamento imobiliário, modalidade de crédito que mais cresce no país
09/12/2010 - Comprar imóveis é atualmente uma das melhores opções de investimento, graças à demanda elevada, ao cenário econômico favorável e à expressiva oferta de crédito. No Distrito Federal, os bons rendimentos levam investidores de diferentes perfis a ter a mesma percepção. “Muitas pessoas têm deixado de investir em bolsas de valores e poupança para comprar um apartamento, uma casa ou sala comercial. Isto está ocorrendo porque nos últimos 10 anos o setor valorizou muito”, conta Leonel Alves, diretor comercial de uma das maiores imobiliárias de Brasília.

Ele lembra que, em 2000, um apartamento de três quartos com 100 metros quadrados estava avaliado em R$ 160 mil e custa hoje R$ 950 mil. Os números revelam uma valorização de quase 500%. “O preço de um imóvel na capital sobe, em média, 25% ao ano. No entanto, em locais como Sudoeste e Asa Sul e Norte, chega a haver picos de 40% de valorização anual”, diz.

Para o diretor comercial, no Distrito Federal este é um investimento com lucro certo. Quem compra o primeiro imóvel e tem bons rendimentos já pode investir na compra de um segundo. “No meio imobiliário, a gente diz que dois imóveis pagam três, e três pagam quatro, ou seja, quem pode alugar dois apartamentos consegue comprar o terceiro com mais folga financeira”, sublinha Alves.

Outro bom negócio é comprar lojas ou salas comerciais, que são certeza de valorização, além de gerarem um bom aluguel. Conforme o Boletim de Conjuntura Imobiliária, divulgado em setembro, os maiores preços de venda e aluguel de lojas são encontrados em Águas Claras, enquanto as salas comerciais mais caras e rentáveis estão em Brasília, sobretudo na Asa Sul.

Foi pensando em fazer um pé de meia que o comerciante Adrian Carvalho, de 38 anos, começou a investir em imóveis há seis anos. “Desde pequeno, via que as pessoas mais abastadas tinham muitos apartamentos. Então, tracei um objetivo e percebi que era o melhor investimento”, afirma Carvalho. Com uma loja, três quitinetes e um apartamento de três quartos, ele garante que vale mais a pena investir em imóveis pequenos. “O melhor retorno financeiro está no valor do imóvel. Não vale tanto pelo aluguel, porque hoje corresponde a menos de 1% do preço do apartamento”, explica.

O investidor acredita ser mais lucrativo comprar e alugar quitinetes: “Minha experiência mostra que apartamentos com mais de dois quartos dão mais despesa, porque a manutenção com reforma é maior. Além disso, imóveis menores são mais fáceis de achar locatário e podem ser alugados por porcentagem maior de seu valor”.

Compra coletiva 
Mas cada investidor tem sua maneira de ganhar dinheiro. O também comerciante Fernando Oliveira, por exemplo, prefere investir em imóveis maiores. A cada pré-lançamento, ele e amigos se preparam para comprar várias unidades. “Compramos cinco a 10 apartamentos por lançamento. Dependendo do tipo de imóvel, esperamos valorizar para revender ou mantemos como patrimônio para alugar”, diz.

Segundo Oliveira, o grupo só investe em quitinetes e apartamentos pequenos para revender. “Essas obras ficam prontas em aproximadamente dois anos, então quando está próximo do lançamento nós revendemos o imóvel pelo dobro do capital investido”, comenta. Os apartamentos com mais de dois quartos são mantidos para alugar. “Como somos quase 10 amigos, não vale a pena distribuir aluguel de quitinete. É melhor fazer isso com apartamentos maiores”, esclarece.

FINANCIAMENTOS DE BANCOS DISPARAM
O crédito de imóveis representa hoje apenas 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do país. Mas, segundo o Banco Central (BC), esse tipo de financiamento cresceu 56,2% nos últimos 12 meses terminados em junho. Segundo cálculos do Banco do Brasil (BB), os empréstimos do tipo no sistema financeiro já passam de R$ 120 bilhões. A expectativa é que eles alcancem a marca de R$ 400 bilhões em 2014, uma alta de 233%. Com isso, a relação com o PIB subiria para 7,5%. O segmento de financiamentos imobiliários é liderado pela Caixa Econômica Federal, com 69,94% do mercado, seguida por Itaú Unibanco, Santander, Bradesco e BB.

O volume do crédito habitacional contratado este ano até setembro apenas na Caixa somou R$ 54 bilhões, indicando o sétimo recorde anual seguido da instituição. Em 2009, as contratações somaram R$ 49 bilhões. E apenas no terceiro trimestre deste ano elas foram de R$ 20,7 bilhões, valor 54,1% maior do que no mesmo período do ano passado. Os financiamentos para moradia com recursos da Caixa e do Fundo de Garantia (FGTS) somaram R$ 16,1 bilhões de julho a setembro. Pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, a instituição diz ter contratado 122 mil unidades no terceiro trimestre de 2010, com investimentos de R$ 7,3 bilhões no período. As contratações dentro do programa já somam 665 mil unidades.

Os financiamentos do BB para a casa própria dobraram em 2010. Segundo a instituição, a carteira de crédito imobiliário do banco ultrapassou em novembro a marca de R$ 3 bilhões, o dobro do saldo de R$ 1,5 bilhão registrado ao fim de 2009. Com o resultado, o banco antecipou em um mês a meta de dobrar os financiamentos habitacionais. Apenas no segundo semestre, foram concedidos R$ 900 milhões em crédito. No fim de junho, os empréstimos somavam R$ 2,1 bilhões.

A meta do banco é estar entre os três maiores bancos em financiamento da casa própria até 2013. Sua linha de crédito para pessoas físicas tem prazo máximo de 30 anos e financia até 90% do valor de avaliação do imóvel.

domingo, 28 de novembro de 2010

Vereadores de Valparaíso votam aumento de quase 90% do IPTU nesta sexta

Vereadores de Valparaíso votam aumento de quase 90% do IPTU nesta sexta


Redação - Correio Braziliense

26/11/2010 - A proposta de aumentar em 88% o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) em Valparaíso de Goiás provocou rebuliço na cidade. Moradores estão assustados com a possibilidade de pagar R$ 440,27 pelo metro quadrado, em vez dos atuais R$ 246,43. A votação está marcada para esta sexta-feira (26/11) e há, na Câmara dos Vereadores do município, uma mobilização multipartidária contra a aprovação do projeto, envolvendo o PDT, PT, PMDB, PTN, PPS, PSB, PSoL, PC do B e PP.

O Projeto de Lei (PL) nº 143, de 29 de outubro último, chegou à Casa como proposta do Executivo, encaminhado pela prefeita Lêda Borges (PSDB). Os cálculos do aumento, no entanto, foram feitos por vereadores do município que são contra o projeto. A proposta defende que a correção do valor deve-se ao lançamento dos últimos empreendimentos na região, além da correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses.

No texto do PL, os descontos de 50%, 30% e 20% oferecidos pela prefeitura a quem paga o imposto até a data de vencimento continua mantida. Mas o IPTU será acrescido de multa caso seja pago após o dia 10 de maio do ano corrente.

Vereadores contra
O presidente da Câmara dos Vereadores, Walter Mattos (PP), é contra a aprovação da proposta. Segundo ele, a Casa está dividida entre os que são a favor e contra o aumento, de modo que não há como prever o resultado da votação. "A cidade sofreu um crescimento desordenado nos últimos anos. A prefeita argumentou que não temos aumento de IPTU desde 2002, o que não é verdade, porque o valor vem sido corrigido, anualmente, pelo IPCA, o que é o permitido pela lei", delcara Mattos.

Ainda segundo o presidente da Câmara, o município precisa passar por uma atualização imobiliária, para restabelecer os verdadeiros valores dos imóveis na região. "É claro que um imóvel se valoriza com o tempo. Uma construção não pode ser avaliada com o preço que ela valia anos atrás. Por exemplo, se alguém tem um lote em um bairro isolado e, de repente, começam a construir um empreendimento próximo, é natural que esse lote passe a valer mais. Mas não é disso que estamos tratando, nós até defendemos um aumento, mas um aumento real", argumenta o presidente.

A arrecadação com o IPTU em 2009, segundo Mattos, foi de aproximadamente 6 milhões. Em agosto de 2010, a arrecadação já havia ultrapassado o valor atingido no ano passado.

Por meio de nota, a prefeita Lêda Borges defendeu o aumento dos impostos, argumentando que a alteração real no valor do IPTU não ultrapassa os 30%, se considerados os descontos oferecidos. Ela acusa, ainda, os vereadores Walter Mattos (PP), Professor Silvano (PT) e Antônio Bites (PT) de propagarem mentiras

Valorização dos imóveis no Lago Norte superou 300% em dois anos

Valorização dos imóveis no Lago Norte superou 300% em dois anos


Diego Amorim - Correio Braziliense

Os espaços ainda desocupados no Centro de Atividades são cobiçados pelas construtoras e os pequenos comerciantes se rendem à pressão do capital. Em 2011, o local deverá ganhar mais 15 prédios
Breno Fortes/CB/D.A Press
Desde os anos 1980, o CA do Lago Norte, criado para abrigar comércio e moradia, passou a ser procurado por solteiros e recém-casados. Com o aumento da demanda, o metro quadrado subiu de R$ 2,3 mil para R$ 10 mil
19/11/2010 - O Centro de Atividades (CA) do Lago Norte, pensado para concentrar o comércio do bairro nobre, entrou na mira de construtoras e se transformou em mais uma área residencial de luxo de Brasília. Cerca de 6 mil pessoas vivem em lofts e apartamentos de, no máximo, 100m². A previsão é que pelo menos 15 novos prédios sejam erguidos até o fim de 2011 em terrenos espalhados pelas 11 quadras do CA. A valorização dos imóveis, nos últimos dois anos, ultrapassa os 300%. O preço médio do aluguel, turbinado com a chegada do shopping Iguatemi, dobrou no mesmo período.

Assim como no Setor de Oficinas Sul, empresas da construção civil e investidores se apressam na compra de lotes ainda ociosos no CA do Lago Norte. As negociações para arrematar terrenos já construídos envolvem cifras milionárias e vale-apartamentos. A maioria das oficinas que existiam no local — algumas até há mais de 15 anos — virou canteiro de obras. Outras estão com data marcada para fechar as portas. Em meio a esqueletos de prédios, uma ou outra loja, principalmente do ramo de material de construção, tenta resistir às propostas.

Pressão
Lotes de 400m² chegam a ser cortejados por R$ 2 milhões. Loren Garcia Pinheiro, 60 anos, dono de uma oficina no CA desde 2005, sabe que mais cedo ou mais tarde terá de abandonar o negócio. “É a lei do mercado. Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, comenta o empresário, que paga R$ 2,1 mil pelo aluguel do espaço. Ele conta que, por pouco, o proprietário não cedeu o terreno para uma construtora este ano. “Mas é questão de tempo é para que isso ocorra”, acredita Pinheiro. Ele investiu R$ 18 mil na oficina. Se precisar entregar as chaves, avisa que vai lutar por esse dinheiro na Justiça.

Na frente do estabelecimento de Pinheiro, serão construídos um balão e uma praça. Três oficinas — erguidas em área pública anos atrás — terão de sair do meio do caminho. A notificação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) já chegou. “No nosso caso, não tem conversa: vamos ter que ir embora mesmo”, diz Antônio Augusto Fontenele, 41 anos, dono de uma das lojas com os dias contados. “Só acho que a gente merecia um outro lugar para trabalhar. Essa guerra dos grandes contra os pequenos é desleal”, completa ele, depois de reconhecer que as oficinas estão em local irregular.

Oficialmente, o CA nasceu no fim da década de 1980, para abrigar atividades econômicas da Península Norte. Não estavam excluídas residências, mas esse não era o foco. De lá para cá, diversas modificações no gabarito abriram brechas para que a área se concretizasse como setor habitacional. A liberação de prédios com até cinco andares animou o mercado imobiliário. Os apartamentos projetados em empreendimentos modernos atraíram, principalmente, solteiros e recém-casados, a maioria servidores públicos. A população do CA já corresponde a 20% do total de moradores do Lago Norte.

Lista de espera
O adensamento provocou uma supervalorização dos imóveis. No condomínio mais luxuoso do CA, onde há 465 unidades divididas em seis blocos, o preço do metro quadrado saltou de R$ 2,3 mil para R$ 10 mil nos últimos dois anos, diferença de 334%. Um apartamento de 50m², comprado na planta por não mais do que R$ 150 mil, chega a valer R$ 420 mil. O aluguel, a R$ 1,3 mil em 2008, hoje custa até R$ 2,5 mil. “Foi o melhor investimento da minha vida”, define a servidora pública Nonita Leite, 48 anos, moradora e síndica do complexo residencial.

A procura é tanta por um espaço no CA que os prédios precisaram montar listas de espera para aluguel e compra. Na expectativa de que a região prospere, Ricardo de Araújo, 34 anos, abriu uma loja de conveniência no térreo de um prédio misto, com salas comerciais e quitinetes. “Este lugar promete. A gente sabe que não vai parar de chegar gente nova”, justifica. Aos poucos, o comércio começa a se estruturar no CA: há lavanderias, pet shops, escolas de inglês, lojas de roupas e supermercado. Falta, no entanto, serviços básicos, como farmácia e padaria.

Empresàrios são clientes no CA
O Iguatemi abriu as portas em março deste ano. A previsão de faturamento no primeiro ano é de R$ 250 milhões. Empresários do shopping estão entre os clientes que apostam na valorização do CA e, por isso, têm adquirido imóveis no local.

Demanda força transformação
No mês passado, o Correio mostrou como a mudança de destinação também transformou a cara do SOF Sul. Mais da metade dos cerca de 300 terrenos do local está vendida ou em fase de negociação. Um lote de 200 m² que há um ano valia no máximo R$ 300 mil quintuplicou de preço e chega a custar R$ 1,5 milhão. Os aluguéis na região saltaram, em média, 30%, variando de R$ 800 a R$ 6 mil.

Mais luz nas ruas
A administração do Lago Norte divulgou ontem que o CA passará a ter um cuidado especial por parte da Companhia Energética de Brasília (CEB). Moradores do setor reclamam da falta de iluminação pública. Algumas ruas ficam completamente escuras durante a noite.


Três perguntas para Vicente Magalhães, administrador do Lago Norte:

O Centro de Atividades perdeu sua vocação original?
O CA foi planejado para abrigar comércio e residências. Era para ser um misto de atividades. O que ocorreu é que, ao longo do tempo, a pressão demográfica levou muitas pessoas a transformar as salas comerciais em quitinetes. Foi daí que surgiu o desvirtuamento do espaço.

O Lago Norte tem estrutura para suportar esse adensamento geográfico?
O bairro não foi pensado para abrigar tantos moradores. Existe uma pressão enorme sobre os serviços de energia, água e esgoto. Se isso (o crescimento do CA) não for controlado, haverá um colapso. No caso de energia, já há uma dificuldade muito grande para atender a demanda. Estacionamento é outro problema, sem falar no trânsito.

O boom no CA tem força para retomar a discussão sobre a segunda ponte?
Na verdade, o Lago Norte hoje não tem ponte. A do Bragueto atende a todo o lado norte do Distrito Federal. Com mais pessoas trabalhando e vivendo aqui, essa demanda do CA pode criar os elementos necessários para que se concretize a ponte que ligará a QL 8/QL 10 até a L4 Norte, na altura na Concha Acústica. A licença ambiental para a construção já foi solicitada.

Construção de condomínio sobre lixão coloca em risco futuros moradores

Construção de condomínio sobre lixão coloca em risco futuros moradoresMinistério Público de Goiás investiga denúncia. Prefeitura de Valparaíso nega qualquer perigo

Publicação: 28/11/2010 08:03 Atualização:
O Ministério Público de Goiás investiga a construção de um conjunto habitacional em antigo lixão de Valparaíso de Goiás, município goiano distante 36km do Plano Piloto. Grupo de vereadores da cidade denunciou o caso à 3° Promotoria de Valparaíso, pois há indícios de que as novas casas do bairro Pacaembu tenham sido construídas sem estudos de impacto ambiental. Acredita-se, assim, que a prefeitura agiu ilegalmente ao emitir o alvará de construção à empresa proprietária do terreno. O empreendimento está em andamento e prevê pelo menos 19 imóveis na localidade.

Além do perigo de desabamentos, o Ministério Público alertou para os riscos à saúde dos futuros moradores. A Vigilância Sanitária de Valparaíso confirmou oficialmente a ausência de estudos de impacto ambiental na região e a existência de sucessivas camadas de lixo recobertas de terra no subsolo. “Com passar do tempo este lixo entra em decomposição liberando gases e chorume, isto é, trará sérios problemas de saúde para os futuros moradores deste empreendimento”, atestou o então gerente do órgão, Paulo Viana da Rocha, no ofício 018/2010 (leia fac-símile). “O terreno oferecerá sérios problemas para as estruturas das edificações ali construídas pelas acomodações destas camadas, podendo ocasionar até deslizamento de terra (sic)”, completou.

Rocha, hoje afastado das funções pela prefeitura local, usou o documento para responder, em setembro deste ano, ao presidente da Comissão de Meio Ambiente e 2° secretário da Mesa Diretora da Câmara, vereador Antônio Bites (PT). O petista tomou a iniciativa ao saber que o projeto previa a construção de 1,4 mil residências no condomínio do bairro Pacaembu. Enviou solicitações a vários órgãos da cidade, mas apenas a Vigilância deu um parecer. “Passou todo esse tempo e não recebemos qualquer documento. De acordo com a Lei Orgânica da cidade, quando é emitido um requerimento pela Câmara Municipal à prefeitura, ela tem 15 dias para respondê-lo, mas isso não aconteceu”, afirmou Bites.

O Correio esteve na casa do ex-gerente da Vigilância Sanitária de Valparaíso Paulo da Rocha. Ele confirmou a destituição do cargo dias após ter redigido o parecer sobre os riscos do condomínio. “Aquele lixão funcionou por cerca de 20 anos recebendo os detritos da cidade, incluindo os hospitalares. Mas depois de um tempo o lixo hospitalar passou a não ser jogado exatamente no lixão, mas em um local ao lado, ou melhor, onde estão construindo o condomínio. Então, aquela área é ainda mais perigosa”, afirmou. “A Vigilância Sanitária recebeu várias reclamações da população. Eu, inclusive, fui ao local”, acrescentou.

Afastamento
Após conseguir poucas informações a respeito do empreendimento, Paulo da Rocha solicitou à Construtora Costa, proprietária do terreno, a suspensão das obras até a realização de um estudo de impacto ambiental. “Queriam que eu voltasse atrás na minha decisão, mas eu não quis fazer isso. Foi então que me tiraram do cargo e me afastaram. Se fizeram esse tipo de coisa com alguém em cargo de chefia, imagine você como estão se sentindo acuados os fiscais da região hoje”, sugeriu.

A prefeita de Valparaíso, Lêda Borges (PSDB), afirma que os vereadores de oposição estão levantando um assunto arquivado pela Câmara Municipal. “Não é verdade que o condomínio está sendo construído em cima do antigo lixão. Nós temos toda a documentação. O loteamento está aprovado com todas as licenças técnicas, inclusive a empresa pleiteou a licença ambiental na Secretaria de Meio Ambiente do estado”, justificou. “A área onde era depositado o lixo fica a 300m do local da construção. De forma alguma os futuros moradores vão ter problema, já que o solo não sofreu impacto. Aquela área do lixão sempre foi particular, inclusive a prefeitura respondeu por crime ambiental na ocasião em que ele ainda funcionava. Agora, o espaço será revitalizado”, acrescentou. Segundo Lêda, Viana responde a sindicância por ter dado um parecer “inverídico e tendencioso”.

Lixão
O novo condomínio habitacional está em construção na área da Fazenda Santa Maria, que hoje ocupa parte do bairro Pacaembu. É ali onde também uma área de 96 mil m² acabou usada como lixão por mais de duas décadas. Também havia o depósito de resíduos hospitalares.

Investigação aberta

O promotor Bernardo Boclin Borges, da 3° Promotoria de Valparaíso, disse que o fechamento do lixão era reivindicado pela população, a maioria do bairro Pacaembu, há mais de 12 anos. “Fizemos um acordo com a prefeita e ela retirou o lixão. A novidade é que recebemos uma representação sobre uma suposta construção de casas em cima desse antigo lixão. Assim, encaminhamos ofício à prefeita e ela nos respondeu no dia seguinte confirmando que expediu alvará de construção para uma área que fica próxima”, contou.

Ainda segundo Borges, a promotoria está levantando informações a fim de verificar possíveis danos ambientais na área, além da documentação da empresa responsável pelo empreendimento. “Eu fiz uma solicitação à Secretaria de Meio Ambiente de Goiás e, na terça-feira, uma equipe técnica irá realizar uma perícia no terreno”, adiantou. O promotor também pediu levantamento para identificar a exata localização do condomínio. “Temos que saber, primeiro, se as casas estão em cima do lixão ou próximas a ele. Nossa atuação é na área ambiental e na área de proteção ao cidadão”, explicou.

A reportagem procurou a Construtora Costa. Por meio de contato telefônico, o Correio se apresentou como possível comprador. De acordo com um dos três vendedores ouvidos, serão construídas, na primeira etapa do empreendimento, 48 casas. A previsão é de imóveis de dois cômodos, abrigados em 102 metros quadrados. O morador terá direito a até três vagas de garagem. E a média de preço será de R$ 85 mil. “Em dezembro, vamos começar a entrega. Ela acontecerá também em janeiro. A pista que passa pelo condomínio, inclusive, será asfaltada”, informou o atendente. Outra disse que seria possível o financiamento do imóvel pela Caixa Econômica Federal (CEF), por meio do Minha Casa, Minha Vida.

Procurada, a Caixa informou, por meio da assessoria de imprensa, que a obra de Valparaíso não conta com recursos recursos de nenhum programa social do governo. Ouvido pelo Correio, um representante da Construtora Costa, negou qualquer vínculo com o Minha Casa, Minha Vida. Também deu informações diferentes daquelas prestadas pelos funcionários. “Eu não sei qual a conotação dos dados levantados por esses vereadores, já que a própria prefeitura me concedeu o alvará. O alvará não é para 1,4 mil casas, mas para 200. Em um primeiro momento, serão construídas 19”, esclareceu o engenheiro, que não quis se identificar.

O professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Murrieta alertou que, independentemente da posição das construções, o fato delas estarem próximas a um antigo lixão é um problema. “Eu não proponho que áreas de aterro sanitário récem-fechadas recebam qualquer tipo de construção. Mesmo sendo perto, é necessário fazer uma sondagem no local, isto é, cavar um buraco para verificar o material encontrado no subsolo”, explicou Murrieta. “Também é importante estar atento para a contaminação do lençol freático”, concluiu.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Bolha imobiliária em Valparaiso, Ocidental e Luziania


Bolha imobiliária na periferia?

A Revista Época publicou no dia 04/09/2010 excelente matéria sobre o aumento da especulação com imóveis de valor menor, em função do aumento do crédito decorrente do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Os dados da reportagem ilustram, mais uma vez, a tese que venho defendendo no blog de que o país passa por um forte movimento especulativo no setor, que pode gerar uma bolha imobiliária.
Segue a matéria:
Fonte: Revista Época
Autor: Murilo Ramos
Título: Especulação na periferia
A cozinheira Claricina Ribeiro Assis mora em Santo Antônio de Descoberto, Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal que fica a 45 quilômetros de Brasília. Ela é uma das beneficiadas pelo Minha Casa Minha Vida, programa do governo federal que pretende facilitar a aquisição de moradia própria pela população mais pobre. Claricina tem sentimentos ambíguos sobre o programa. Ela se diz satisfeita por ter conseguido comprar sua casa. Mas, ao mesmo tempo, fica irritada com as condições do imóvel onde mora há quatro meses. “As paredes estão descascando”, diz Claricina. “Não tem luz nem água no banheiro. Todos os dias, eu tomo banho com água retirada de baldes, que encho na cozinha”. Claricina e os vizinhos reclamam também da falta de asfalto nas ruas do bairro Jardim Ana Beatriz. “Essa casa não vale os R$ 60 mil que dizem”, afirma.
Claricina paga prestações mensais de R$ 381, parte de um financiamento de 25 anos. Sua casa é uma entre as 600 mil habitações contratadas pelo Minha Casa Minha Vida. Uma das principais realizações do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Minha Casa Minha Vida foi criado para reduzir o déficit de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos. Até agora, o governo gastou R$ 22,8 bilhões no Minha Casa e fez de tudo para acelerar o ritmo do programa, um dos trunfos eleitorais da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Pelas regras do Minha Casa, Minha Vida, as famílias que ganham até três salários mínimos pagam prestações de até 10% de sua renda, durante no máximo dez anos. Quem ganha entre três e dez mínimos recebe do governo um subsídio de R$ 17 mil ou R$ 23 mil, dependendo da região do país onde mora, para comprar sua casa. A partir de uma avaliação do imóvel feita por técnicos, a Caixa paga o valor à construtora da obra. Depois, desconta o subsídio de R$ 17 mil ou R$ 23 mil e financia o resto para o comprador. Assim, quem compra uma casa de R$ 50 mil paga apenas R$ 33 mil de financiamento.
Na periferia, o preço dos terrenos disparou e está difícil encontrar interessados em vender
O programa é uma injeção direta de dinheiro público no mercado. Mas, como toda intervenção na economia, ela provoca efeitos nem sempre desejáveis. O dinheiro novo e a pressa do governo em atingir metas fizeram os preços de terrenos em áreas pobres disparar desde o ano passado. Na região de Santo Antônio do Descoberto, onde mora Claricina, um lote de aproximadamente 300 metros quadrados – ideal para construir imóveis para o programa – era vendido por R$ 2 mil há um ano. Hoje, custa cerca de R$ 12 mil – e está difícil encontrar quem quer vender. “A construção de casa popular é um negócio tão bom que até dono de supermercado está entrando e contratando a gente”, afirma o pedreiro José Nílton Lima, que trabalha para construtoras locais e não tem ficado sem serviço.
Há 3.256 empresas habilitadas a construir para o Minha Casa Minha Vida. Outras 943 têm propostas em avaliação pelo banco. A Caixa fecha, em média, 2.100 contratos por dia pelo programa. O corretor de imóveis Lênio Diniz Neto, que trabalha na região de Valparaíso, Goiás, no entorno de Brasília, partiu para o ramo da construção. “Levantei 18 casas na região, e todas foram vendidas”, diz Neto. “A lucratividade na construção da casa pode chegar a 100%. Que aplicação vai me render isso?”
O governo tem tido dificuldade de construir casas em grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por causa da escassez de terrenos. O preço de terrenos mais adequados para projetos do Minha Casa Minha Vida subiu tanto que torna a construção inviável em alguns lugares. Na periferia de São Paulo, o preço do metro quadrado dobrou em um ano.
A especulação imobiliária está criando distorções. Como no caso de Claricina, a Caixa pode estar pagando valores que, muitas vezes, não correspondem ao preço do imóvel. Há grandes diferenças de preços entre casas de padrões parecidos e localizadas no mesmo bairro. Em março do ano passado, um imóvel de 57 metros quadrados em Santo Antônio do Descoberto foi avaliado em R$ 45 mil pela construtora Moraes & Andrade Consultoria Ltda., contratada pela Caixa. Um ano depois, uma casa menor e localizada em um lote com metade do tamanho foi avaliada em R$ 75 mil por outra empresa contratada, a Patrimônio Engenharia – uma diferença de mais de 60%. O proprietário da Patrimônio, Jair Bizerra Araújo, afirma que a Caixa não questionou a avaliação da Patrimônio. “Sou ex-funcionário da Caixa e minha empresa trabalha há quase oito anos para o banco”, diz Araújo. “Não tive problema algum nesse tempo. Emprego metodologia científica em nossas avaliações e estou muito tranquilo.” A Caixa afirma que “em princípio não há indícios de superavaliação, porém essa questão será apurada de forma técnica”. A Caixa terceiriza parte das avaliações porque seu quadro de engenheiros é insuficiente para atender à demanda crescente de pedidos. Mas o banco tem dificuldades para fiscalizar devidamente o trabalho dos terceirizados.
mercado imobiliário é uma área dinâmica, mas delicada, da economia de qualquer país. A crise financeira que abateu o mundo a partir de 2008 e ainda provoca efeitos na Europa e nos Estados Unidos nasceu de distorções no mercado imobiliário. Programas de incentivo para compra de imóveis nos Estados Unidos levaram à abertura de linhas de crédito nos bancos. Com dinheiro fácil em caixa, os bancos passaram a emprestar dinheiro sem critério. Ao mesmo tempo, criaram produtos financeiros sofisticados, derivativos chamados de “subprime”, baseados nesses financiamentos. s Quando a inadimplência atingiu níveis insuportáveis, o sistema implodiu. Milhares de americanos faliram, o preço dos imóveis despencou – e não se recuperou até hoje – e grandes bancos quebraram por conta de bilhões de dólares investidos nos produtos financeiros lastreados nos títulos podres.
As diferenças para o que ocorre no Brasil são enormes, mas o exemplo serve de alerta. O aumento no valor dos imóveis provocado pelo financiamento do Minha Casa Minha Vida pode levar a um crescimento na inadimplência se não houver fiscalização rígida. Como muitas pessoas beneficiadas pelo programa são profissionais autônomos e não têm renda garantida, dependem do bom desempenho da economia para manter o poder de compra. Caso essas pessoas deixem de pagar e a Caixa precise retomar o imóvel, dificilmente recuperará o dinheiro. A Caixa afirma que a inadimplência no Minha Casa Minha Vida é de 1,37%, uma das menores do Sistema Financeiro Habitacional.
A pressa do governo em entregar casas também está sendo aproveitada pelas construtoras e prejudicando os compradores. Na ânsia de receber logo o dinheiro da Caixa, construtoras têm entregado casas malfeitas. A poucas quadras do imóvel da cozinheira Claricina Ribeiro Assis, a aposentada Maria Castro da Silva, de 80 anos, só consegue entrar em casa, construída num terreno inclinado, pelos fundos. A pressa da construtora em finalizar a casa foi tão grande que não foi feita escada ou rampa pela frente. Até agora, as 600 mil moradias contratadas pelo governo representam 60% da meta traçada para o Minha Casa Minha Vida. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o governo deverá contratar 850 mil unidades até dezembro.
Recentemente, o governo anunciou o lançamento do Minha Casa Minha Vida 2. A previsão é investir cerca de R$ 70 bilhões para construir mais 1 milhão de imóveis até 2014. Uma das promessas da candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, é incluir móveis e eletrodomésticos no Minha Casa Minha Vida 2 e dotar as casas de aquecedores solares para baratear a conta de luz. Mas, em alguns Estados, a primeira versão do programa ainda engatinha. As contratações de imóveis para pessoas que ganham até três salários mínimos, onde está a maior parte da população sem moradia, não chegam a 10% da meta.
A Caixa desencadeou varredura em projetos depois de distorções verificadas por ÉPOCA
Após as perguntas feitas por ÉPOCA sobre as distorções no Minha Casa Minha Vida, a Caixa tomou providências em relação ao programa. A chefia do banco desencadeou uma varredura em projetos pelo país. Foram feitos questionamentos à área responsável pelas avaliações. Quando foi procurada por ÉPOCA sobre o caso das casas em Santo Antônio do Descoberto, a Caixa disse que não havia financiado a construção dos imóveis. O financiamento teria sido feito pelas construtoras e que as operações representariam uma “parcela mínima de operações no contexto do volume total de financiamentos no âmbito do Minha Casa Minha Vida”. Apesar de minimizar o problema, a Caixa decidiu descredenciar construtoras responsáveis pelas obras em Santo Antônio do Descoberto, Goiás. Técnicos da Caixa também visitaram a casa de Claricina Ribeiro Assis e resolveram o problema da falta de água no banheiro. “Agora estou esperando arrumar as paredes”, afirma Claricina. “Sonho também com o dia em que teremos asfalto aqui.”